Sociedade civil e mercado na Agenda 21: usos do poder local na construção pedagógica da hegemonia
Palavras-chave:
participação social, sociedade civil, Agenda 21 LocalResumo
O presente artigo problematiza os usos da participação social permeados pela perspectiva harmonizadora e conciliadora, permitindo abordagens dos conflitos sociais que responsabilizam igualmente sujeitos sociais. A potencialização tanto do capital natural como do capital humano, sob a lógica do consenso mercantilizado, pode ser funcional para manter um modelo econômico e social insustentável. Apresentada como inovadora e qualificadora de cidadania, utilizando processos educativos não formais, a Agenda 21 é incorporada como política pública para o desenvolvimento local sustentável. A realização de um estudo de caso – a elaboração do documento Agenda 21 Itaboraí – e de entrevistas com participantes do terceiro setor permitiu mapear a relação entre poder público, sociedade civil e mercado na elaboração do Plano Local de Desenvolvimento Sustentável e os usos da Agenda 21, e sua metodologia consensualista, na política de relacionamento da empresa Petrobras visando à instalação do megaempreendimento COMPERJ (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro). Foi possível perceber as implicações da participação setorizada e fragmentada na construção de sociabilidades e de consensos que resultam no “esverdeamento” do capitalismo e na sustentabilidade subordinada ao mercado.
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