Escolas camponesas e racionalidade ambiental

o caso de Chiapas, México

Autores

Palavras-chave:

organizações camponesas, movimentos sociais, agricultura ecológica, justiça socioambiental, educação popular

Resumo

No México, é possível observar a racionalidade ambiental nas ações sociais derivadas da associação de agricultores familiares ecológicos em organizações que buscam praticar um modo alternativo de fazer agricultura. Para compreender a manifestação dessa racionalidade objetiva-se estudar o caso das Escolas Camponesas de Chiapas-Mx. Foram aplicadas uma entrevista aberta aos principais dirigentes de cinco experiências ligadas à Rede de Escolas Camponesas de Chiapas e uma entrevista estruturada com 38 de seus participantes. Um esquema analítico foi desenvolvido para auxiliar a análise de dados a partir de conceitos de autores da teoria do campesinato, da teoria ambiental e da teoria crítica da administração, bem como do campo realizado. As escolas são tidas como organizações substantivas onde a racionalidade ambiental se manifesta, por meio do diálogo dos saberes científicos e tradicionais e da submissão das motivações econômicas aos imperativos socioambientais, como a agroecologia, a justiça social e a educação popular. 

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Biografia do Autor

Letícia da Costa e Silva, UFRPE

Professora Adjunta do Departamento de Administração, área de Administração Aplicada, da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Recife. Pós-doutora em Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentável pelo PPGADR/UFFS. Doutora em Meio Ambiente e Desenvolvimento pelo PPGMADE-UFPR, com estágio de pesquisa na Universidad Autónoma de Chapingo (UACh) - México. Experiência na área da Administração, com ênfase em administração rural, projetos, na organização e no apoio a atividades de grupos, cooperativas e associações ligadas ao desenvolvimento rural sustentável e em projetos de pesquisa relacionados ao desenvolvimento sustentável. Interesse de pesquisa nas áreas: desenvolvimento sustentável e empreendedorismo, desenvolvimento rural e regional, agroecologia, administração rural, economia social e as diferentes racionalidades das organizações.

Emanuel Gómez-Martínez, Universidad Autónoma de Chapingo (UnaCh)

Nació en Ciudad de México (1974), estudió sociología (1999), maestría (1999) y doctorado en desarrollo rural (2013) por la UAM Xochimilco, diplomado en antropología jurídica por el INAH (2012) y en agroecología (2011) por la Universidad Internacional de Andalucía, España. Sus líneas de investigación se derivan de su vinculación con organizaciones indígenas y campesinas de Oaxaca y Chiapas donde trabaja desde 1994. Entre sus publicaciones destacan libros y artículos sobre los pueblos Chimalapas, mixtecos, zapotecos del Istmo, y en coautoría los libros: Representaciones sociales de la pobreza y el bien-estar en Chiapas, y Los recursos hídricos en las Regiones indígenas de México. Profesor investigador de la Maestría en ciencias en desarrollo rural regional de la Universidad Autónoma de Chapingo desde 2014, coordinador del programa académico en Chiapas durante el periodo 2014-2017. Activista de la Campaña Sin Maíz No Hay País. Integrante del Sistema Nacional de Investigadores (SNI) desde 2015.

Jesús Geovani Alcázar-Sánchez, Universidad Autónoma de Chapingo (UnaCh)

Originario de la región selva en Ocosingo Chiapas, nací en 1987. Desde los primeros años acompañe a mis padres en las labores del campo, actividades que más adelante fui combinando con la escuela. La mayoría de los estudios básicos y medía superior los realice en la ciudad de Ocosingo. Del periodo de 2007 hasta 2019, los estudios superiores y de posgrado los terminé en la ciudad de San Cristóbal de Las Casas, Chiapas. Actualmente realizo un doctorado en Ciencias en Desarrollo Rural Regional, en la Universidad Autónoma Chapingo.

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Publicado

16-03-2023

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