Análise econômica comparativa de diferentes canais de comercialização utilizados pela agricultura familiar
Palavras-chave:
Produção de frutas, Custos, Comercialização, Canais de comercialização, LucratividadeResumo
O objetivo deste artigo é avaliar comparativamente a economicidade de diferentes canais de comercialização utilizados no escoamento da produção de melancias de uma propriedade rural familiar. O local de pesquisa é uma propriedade localizada no município de Palmeira das Missões, noroeste do Rio Grande do Sul – BR. O método utilizado foi o estudo de caso, que consiste na apuração de custos da atividade produtiva, referente ao ano agrícola de 2018/2019. O canal mais lucrativo é o face a face (comercialização na propriedade), com a margem de contribuição unitária de 84%. A menor margem de contribuição unitária foi identificada no canal em que a melancia foi comercializada por meio de intermediários (63%). Entretanto, a inserção no mercado, por diferentes canais, consiste em uma estratégia para diminuição de riscos mercadológicos nas produções de alimentos perecíveis, e deve ser vista como complementares.
Downloads
Referências
ALVES, M. N.; HORTA, P.M. DO V.; MAIA, H. de O. Melancia: consumo consciente de alimentos. Revista de Gastronomia, 1(1). 2019. Disponível em: https://seer.cesjf.br/index.php/revistadegastronomia/article/viewFile/1865/1205. Acesso em: 1 out. 2019.
ANDREATTA, T. et al. Diversificação produtiva no contexto das cadeias agroalimentares curtas como meio de reprodução social. X Congreso Alasru. Montevidéu, Uruguai. Anais. 2018. Disponível em: http://alasru2018.easyplanners.info/opc/tl/1015_tanice_andreatta.pdf.
BAUMAN, A.; MCFADDEN, D. T.; JABLONSKI, B. R. The financial performance implications of differential marketing strategies: Exploring farms that pursue local markets as a core competitive advantage. Agricultural and Resource Economics Review, v. 47, n. 3, p. 477-504. 2018.
BRASIL. LEI NO 10.831, de 23 de dezembro de 2003. Dispõe sobre a agricultura orgânica e dá outras providências. 2003. Disponível em:< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.831.htm>. Acesso: maio 2019.
BRANDÃO, J. B. et al. Os mercados de hortifrúti em Santa Maria (RS) – um estudo sobre os tipos de produtores e os canais de comercialização. Redes (St. Cruz Sul, On-line), v. 25, n. 2, p. 34-61, 2020.
BROWN, C. Consumers' Preferences for Locally Produced Food: A Study in Southeast Missouri, American Journal of Alternative Agriculture,v. 18, p. 213-24. 2003.
BROWN, C.; MILLER, S. The impacts of local markets: a review of research on farmers markets and community supported agriculture (CSA). American Journal of Agricultural Economics, v. 90, n. 5, p. 1298-1302. 2008.
CEPEA – CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM ECONOMIA APLICADA. Estatística melancia. 2019. Disponível em: https://www.hfbrasil.org.br/br/estatistica/melancia.aspx. Acesso em: 22 abr. 2019.
DAROLT, M. R.; LAMINE, C.; BRANDEMBURG, A. A diversidade dos circuitos curtos de alimentos ecológicos: ensinamentos do caso brasileiro e francês. Revista Agriculturas, v. 10, n. 2, p. 8-13. 2013.
DAROLT, M. R. Conexão ecológica: novas relações entre agricultores e consumidores. Iapar – Instituto Agronômico do Paraná, 2012.
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social / Antônio Carlos Gil. 6. ed. São Paulo: Atlas. 2008.
GIUCA, S. Understanding the short chain. IN: Giarè, F.; Giuca, S. (Eds.) Farmers and short chain: legal profles and socio-economic dynamics. Roma: Inea, p.11-30. 2013.
FRANÇA, K. D. S. et al. Rendimento e produtividade da melancia (Citrullus lanatus) mediante o uso de adubos verdes. Cadernos de Agroecologia, 13(1). 2018.
HOFER E. et al. Gestão de custos aplicada ao agronegócio: culturas temporárias. Contabilidade Vista & Revista, 17(1), 29-46. 2009.
IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Censo Agropecuário, 2017. Resultados definitivos. 2017. Disponível em: < https://censoagro2017.ibge.gov.br/templates/censo_agro/resultadosagro/agricultura.html?localidade=43&tema=78352>. Acesso em: nov. 2019.
LOW, S. A. et al. Trends in U.S. local and regional food systems, AP-068. Washington, DC: U.S. Department of Agriculture, Economic Research Service. 2015.
MALUF, R. S. Mercados agroalimentares e a agricultura familiar no Brasil: agregação de valor, cadeias integradas e circuitos regionais. Ensaios FEE, v. 25, n. 1. 2004.
MARSDEN, T.; BANKS, J.; BRISTOW, G. Food supply chain approaches: exploring their role in rural development. Sociologia ruralis, v. 40, n. 4, p. 424-438. 2000.
MARTINS, E. Contabilidade de custos. 9. ed. São Paulo: Atlas. 2003.
MORRIS, C.; BULLER, H. The local food sector: a preliminary assessment of its form and impact in Gloucestershire. British Food Journal, v. 105, n. 8, p. 559-566. 2003.
OCHOA, C. Y. et al. The Potential Role of Short Food Supply Chains in Strengthening Periurban Agriculture in Spain: The Cases of Madri and Barcelona. Sustainability, 11(7), 1-19. 2019.
OLIVEIRA, L. M. de. PEREZ JR. J. H. Contabilidade de custos para não contadores. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
PARK, T.; MISHRA, A.K.; WOZNIAK, S.J. Do Farm Operators Benefit from Direct-to-Consumer Marketing Strategies? Agricultural Economics 45: 213-224. 2014.
PERONDI, M A.; RIBEIRO, E.M. As estratégias de reprodução de sitiantes no oeste de Minas Gerais e de colonos no sudoeste do Paraná. Organizações Rurais e Agroindustriais. V.2, n.2, jul.-dez. 2000.
PHILLIPS, J. C.; PETERSON, H. C. Strategic marketing decisions for organic agricultural producers. International Food and Agribusiness Management Review, v. 10, n. 1, p. 100-114. 2007.
PLOEG, J. D. V. D. Camponeses e impérios alimentares: lutas por autonomia e sustentabilidade na era da globalização/ PLOEG, J. D. V. D.; PEREIRA, R. (Trad.) 1. ed. Porto Alegre: UFRGS, 2008. 372 p.
PRINTEZIS, I.; GREBITUS, C. Marketing Channels for Local Food. Ecological Economics, v. 152, p. 161-171. 2018.
RENTING, H.; MARSDEN, T. K.; BANKS, J. Understanding alternative food networks: exploring the role of short food supply chains in rural development. Environment and Planning, v. 35, n. 3, p. 393-411. 2003.
RICHARDS, T. J. et al. Retail intermediation and local foods. American Journal of Agricultural Economics, v. 99, n. 3, p. 637-659. 2017. DOI: https://doi.org/10.1093/ajae/aaw115.
SCHNEIDER, S. Reflexões sobre diversidade e diversificação: Agricultura, formas familiarese desenvolvimento rural. Ruris, v. 4, n. 1. Março 2010.
SCHNEIDER, S. Mercados e Agricultura Familiar. In: MARQUES, F.C.; CONTERATO. M. A.; SCHNEIDER. S.; (Orgs.) Construção de mercados e agricultura familiar: desafios para o desenvolvimento rural. 1. ed. Porto Alegre: UFRGS, 2016. cap. 4, p. 93-140.
TRIVETTE, S. A. The importance of food retailers: applying network analysis techniques to the study of local food systems. Agriculture and Human Values, v. 36, n. 1, p. 77-90. 2019.
WILKINSON, J. Mercados, redes e valores: o novo mundo da agricultura familiar. UFRGS, Porto Alegre. 2008.
WINTER, S. G. Understanding dynamic capabilities. Strategic Management Journal, v. 24, n. 10, p. 991-995. 2003.
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 Simone Bueno Camara, Tanice Andreatta, Jenaine de Azevedo, Luciana Fagundes Christofari, Marcos Antonio Bauer Casarin

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons (CC BY 4.0) que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
- Autores(as) podem realizar acordos contratuais independentes e adicionais para a distribuição não exclusiva da versão do artigo publicado nesta revista (por exemplo, incluí-lo em um repositório institucional ou publicá-lo em um livro) sempre evidenciando que o trabalho foi publicado primeiramente na Revista IDeAS.