Transformações na trajetória dos sistemas agroflorestais no município de Irituia – PA
Palavras-chave:
agricultura familiar, conhecimentos tradicionais, contexto agrário, práticas agroecológicas, sistema de produçãoResumo
Em zonas de colonização antiga da Amazônia, como o Nordeste do Pará, os sistemas de produção agrícola, baseados principalmente em cultivos anuais em sistemas de corte e queima, enfrentam desafios para se manter. Nesse contexto, atores estão promovendo Sistemas Agroflorestais (SAF) para viabilizar a restauração das áreas degradadas, geração de renda e soberania alimentar das famílias agrícolas. Essa transição requer a transformação de todo o sistema agrário. Neste artigo objetiva-se identificar os eventos históricos e as mudanças nos fatores externos ao sistema de produção que condicionaram as transformações para a introdução/modificação dos SAF em Irituia –PA. Utilizou-se a abordagem sistêmica, entrevistas históricas, questionários, análise documental e análise de paisagem. Os incentivos públicos locais foram os principais precursores da consolidação dos SAFs dentro dos sistemas de produção familiares. Com essas iniciativas, que proporcionaram mudanças estruturais multiescalares, a trajetória dos sistemas de produção indica uma perspectiva diferenciada, com incremento de sustentabilidade.
Downloads
Referências
ACKOFF, R. L. Creating de Corporate Future. [s.l.]: John Willey e Sons, 1981.
ALMEIDA, A. S. Percepção de serviços ecossistêmicos por agricultores familiares na Amazônia Oriental: subsídios para a restauração florestal. 2019. 62 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Ambientais) – Instituto de Geociências, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2019.
ARAÚJO, I. F. A Participação dos agricultores na construção do proambiente: uma reflexão a partir do polo transamazônica. 2007. 150 f. dissertação (Mestrado em Agricultura Familiar e Desenvolvimento Sustentável) – Programa de Pós-Graduação em Agriculturas Amazônicas, Universidade Federal do Pará.
BALDIN, N; MUNHOZ, E. M. B. SNOWBALL. Bola de neve: Uma Técnica Metodológica para Pesquisa em Educação Ambiental Comunitária. In: Congresso Nacional de Educação, 10., 2011, Curitiba, PR. Anais... Curitiba: Educere, 2011. p. 329-241.
BARBOSA, M. J. de S. et al. Território Nordeste Paraense: desenvolvimento sustentável e gestão estratégica dos territórios rurais no Estado do Pará. Belém: UFPA/MDA, 2011. 67 p.
BARROS, A. V. L. de et al. Evolução dos sistemas agroflorestais desenvolvidos pelos agricultores nipo-brasileiros do município de Tomé-Açu, Pará. In: Congresso Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural, 48., 2010, Campo Grande, MS. Anais... Campo Grande: SOBER, 2010. p. 1-22.
BRASIL, Programa Nacional de Alimentação Escolar, 2009. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/lei/l11947.htm>. Acesso em: 21 set. 2018.
CARNEIRO, R. V. Experiências de recuperação florestal praticadas por agricultores familiares do Nordeste do Pará. 2018. 120 f. Dissertação (Mestrado em Agricultura Familiar e Desenvolvimento Sustentável) – Instituto Amazônico de Agriculturas Familiares, Universidade Federal do Pará.
CORDEIRO, I. M. C. C.; ARBAGE, M. J. C.; SCHWARTZ, G. Nordeste do Pará: configuração atual e aspectos identitários. In: CORDEIRO, I. M. C. C. et al. (Orgs.). Nordeste Paraense: panorama geral e uso sustentável das florestas secundárias. Belém: Edufra, 2017, p. 19-58.
FREITAS, A. C. R. A crise ecológica dos sistemas de cultivo “corte e queima” na microrregião da Pré-Amazônia maranhense. Paper do Naea, n. 136, p. 1-22, mar. 2000.
GARCEZ, J. L. A. DA F.; FRAXE T. de J. P. Sociedade e ambiente: a interação ribeirinha no médio Solimões como estratégia para a sustentabilidade social. In: Encontro Anppas, 5., 2010, Florianópolis, SC. Anais... Florianópolis: Anppas, 2010. p. 1-9.
GARCIA FILHO, D. P. Guia Metodológico de Análise Diagnóstico de Sistemas Agrários. Brasília: Incra/FAO, 1999.
GODELIER, M. Racionalidade e irracionalidade da economia. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1980. 397 p.
HURTIENNE, T. Agricultura familiar e desenvolvimento rural sustentável na Amazônia. Novos Cadernos Naea, v. 8, n. 1, p. 71, 2005.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/cidadesat>. 2010. Acesso em: 4 nov. 2018.
KATO, O. R. et al. Desenvolvimento da produção de frutas em sistemas agroflorestais no estado do Pará. In: Congresso Brasileiro de Fruticultura, 22., 2012, Bento Gonçalves. Anais... Bento Gonçalves: SBF, 2012. p. 1-14.
LEFF, E. Complexidade, Interdisciplinar e Saber Ambiental. In: PHILIPPI, A. Jr. et al. Interdisciplinaridade em ciências ambientais. São Paulo: Signus Editora, 2000.
LONG, N. Development sociology: actor perspectives. Londres e Nova York: Routlege, 2001. 293 p.
MEDEIROS, M.; MARQUES, F. C. Interfaces e transformações de práticas e conhecimentos na agricultura: um ensaio bibliográfico sobre a emergência das novidades. Revista IDeAS, v. 5, n. 1, p.66-90, 2011.
MELO JÚNIOR, J. G. de; KATO, O. R.; FAÇANHA, T. P. Utilização de sistemas agroflorestais enquanto estratégia socioeconômica em uma comunidade rural da Amazônia paraense. Cadernos de Agroecologia, v. 10, n. 3, p. 1-6, maio 2016.
MIGUEL, L. A. Abordagem sistêmica da Unidade de Produção agrícola. In: Wagner S. A. et al. (Org.). Gestão e planejamento de unidades de produção agrícola. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2010.
MIRANDA, S. B.; KATO, O. R.; SABLAYROLLES, M. das G. Caracterização e importância dos quintais agroflorestais aos agricultores familiares do Baixo Irituia, Pará. Cadernos de Agroecologia, v. 8, n. 2, p. 1-4, nov. 2013.
MORAES, M. H. C. da S. Agrobiodiversidade dos quintais e socioeconomia dos agroecossistemas familiares da Cooperativa D’Irituia, Pará, Brasil. 2017. 189 f. Dissertação (Mestrado em Agricultura Familiar e Desenvolvimento Sustentável) – Programa de Pós-Graduação em Agriculturas Amazônicas, Universidade Federal do Pará.
MORÁN, E. F. Ecologia humana das populações da Amazônia. Rio de Janeiro: Vozes, 1990.
Nair, P. K. R. An introduction to agroforestry. Icraf Library of Congress Cataloging-in-Publication Data: Springer Science & Business Media, 1993.
NASCIMENTO, D. R. do; ALVES, L. N.; SOUZA, M. L. Implantação de sistemas agroflorestais para a recuperação de áreas de preservação permanente em propriedades familiares rurais da região da Transamazônica, Pará. Agricultura familiar: pesquisa, formação e desenvolvimento, Belém, v. 13, n. 2, p. 103-120, 2019.
NAVEGANTES-ALVES, L. et al. Transformações nas práticas de criação de bovinos mediante a evolução da fronteira agrária no Sudeste do Pará. Cadernos de Ciência e Tecnologia, v. 1, n. 29, p. 243-268, 2012.
OLIVEIRA, J. S. R. Uso do território, experiências inovadoras e sustentabilidade: um estudo em unidades de produção familiares de agricultores/as na área de abrangência do Programa Proambiente, Nordeste Paraense. 2006. 131 f. Dissertação (Mestrado em Agricultura Familiar e Desenvolvimento Sustentável) – Núcleo de Estudos em Agricultura Familiar, Universidade Federal do Pará.
OLIVEIRA, J. S. R. de; KATO, O. R.; ROMANO, E. S. L. A institucionalização da Agroecologia no município de Irituia – PA, Amazônia Oriental Brasileira. In: Congresso Latino-Americano de Agroecologia, 5., 2015, Argentina. Anais... Argentina: Embrapa Amazônia Oriental (CPATU), 2015. p. 1-4.
OLIVEIRA, M. C. C. Agricultura familiar e dinâmicas das relações sociedade-natureza em área de fronteira agrária na Amazônia oriental. 2009. 305 f. Tese (Doutorado em Desenvolvimento Rural) – Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Rural, Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
PEDROSO JÚNIOR, N. N.; MURRIETA, R. S. S.; ADAMS, C. A agricultura de corte e queima: um sistema em transformação. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas, v. 3, n. 2, p. 153-174, 2008.
RAYNAUT, C. O desenvolvimento e as lógicas da mudança: a necessidade de uma abordagem holística. Desenvolvimento e Meio Ambiente, n. 1, p. 81-104, 1994.
REGO, A. K. C.; KATO, O. R. Agricultura de corte e queima e as alternativas agroecológicas na Amazônia. Novos Cadernos Naea, v. 20, n. 3, p. 1-22, 2017.
RESQUE, A. G. L. et al. Agrobiodiversity and public food procurement programs in Brazil: influence of local stakeholders in configuring green mediated markets. Sustainability, v. 11, n. 5, 1425, p. 1-22, 2019.
SABOURIN, E. Aprendizagem coletiva e construção social do saber local: o caso da inovação na agricultura familiar da Paraíba. Estudos Sociedade e Agricultura, n. 16, p. 37-61, 2001.
SÁ-SILVA, J. R.; ALMEIDA, C. D.; GUINDANI, J. F. Pesquisa documental: pistas teóricas e metodológicas. Revista Brasileira de História e Ciências Sociais, v. 1, n. 1, p. 1-15, jun. 2009.
SERRÃO, E. A. S.; NEPSTAD, D.; WALKER, R. Upland agricultural and forestry development in the Amazon: sustainability, criticality and resilience. Ecological Economics, v. 18, n. 1, p. 3-13, 1996.
VASCONCELOS, M. A. M. Assessoria técnica e estratégias de agricultores familiares na perspectiva da transição agroecológica: Uma Análise a partir do Polo Rio Capim do Programa Proambiente no Nordeste Paraense. 2008. 220 f. Dissertação (Mestrado em Agriculturas Familiares e Desenvolvimento Sustentável) – Programa de Pós-Graduação em Agriculturas Amazônicas, Universidade Federal do Pará.
VIEIRA, I. C. G.; TOLEDO, P. M. de; ALMEIDA, A. Análise das modificações da paisagem da Região Bragantina no Pará: integrando diferentes escalas de Tempo. Ciência e Cultura, v. 59, n. 3, p. 27-30, 2007.
WITKOSKI, A. C. Floresta de trabalho: os camponeses amazônicos de várzea e as formas de uso de seus recursos naturais. In: Encontro da Anppas, 2., 2004, Indaiatuba, SP. Anais... Indaiatuba: Ambiente e Sociedade, 2004. p. 1-30.
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 Layse de Nazaré Gonzaga Braga, Lívia Navegantes, Emilie Coudel
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons (CC BY 4.0) que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
- Autores(as) podem realizar acordos contratuais independentes e adicionais para a distribuição não exclusiva da versão do artigo publicado nesta revista (por exemplo, incluí-lo em um repositório institucional ou publicá-lo em um livro) sempre evidenciando que o trabalho foi publicado primeiramente na Revista IDeAS.