Territorialidades da modernização da Agricultura em Vicente Dutra-RS entre os anos de 1960 e 1980
Palavras-chave:
Modernização da agricultura, Campesinato, TerritorialidadesResumo
A agricultura brasileira tem passado, nas últimas décadas, por profundas transformações conduzidas por um processo de modernização, idealizado no sentido de integrar, sistematicamente, as atividades agrícolas e a indústria, através de modernas tecnologias. O principal argumento para a implantação da modernização agrícola era minorar a fome no planeta. Assim, milhares de camponeses brasileiros foram afetados por tais transformações, muitos mudaram de rumo e foram assimilados, outros foram desterritorializados do campo, enquanto outros resistem ao processo de modernização da agricultura. Em Vicente Dutra-RS, pequeno município, situado na região noroeste do Rio Grande do Sul, foi na década de 1960 que teve início a modernização agrícola. A territorialidade rural de Vicente Dutra-RS passou a apresentar, na sua maior parte, a feição da modernização agrícola. Mesmo assim, é possível identificar algumas formas de reação ao pensamento único da modernização da agricultura, como: cultivos tradicionais de subsistência; associativismo e iniciativas de transformação da produção para venda direta ao consumidor final. Desta forma, a modernização agrícola instalada em Vicente Dutra-RS é parcial e o campesinato mantém, mesmo com certas dificuldades, seus costumes e usos tradicionais.
Downloads
Referências
ANDRADE, M. C. Uma Geografia para o século XXI. Campinas: Papirus, 1994.
ANDRADE, M. C. A Questão do território no Brasil. 2. Ed. São Paulo: Hucitec, 2004.
BALSAN, R. Impactos Decorrentes da Modernização da Agricultura Brasileira. In: Campo-Território: Revista de Geografia Agrária, v.1, n.2, p.123-151, ago. 2006.
BELATTO, D. Camponeses Integrados. 1985. Dissertação de mestrado. Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Estadual de Campinas - UEC. Campinas, 1985.
BRUM, A. J. Modernização da Agricultura – trigo e soja. Petrópolis: Vozes, 1988.
CAMPOS, M. C. Territorialização da Agricultura Orgânica no Paraná: Preservando o meio ambiente e produzindo alimentos sadios. 2004. Dissertação de mestrado. Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Estadual de Londrina, Londrina-PR, 2004.
CEGALLA, D. P. Dicionário escolar de Língua Portuguesa. São Paulo: Cia. Ed. Nacional, 2005.
FERIGOLLO, W. A. Rostos e Rastros no Barril:1954-2004. Frederico Westphalen: Pluma, 2004.
HEIDRICH, A. L. Além do Latifúndio: Geografia do Interesse Econômico Gaúcho. Porto Alegre: Ed. Universidade/UFRGS, 2000.
IBGE. Censos demográficos 1970. Rio de Janeiro 1970.
IBGE. Censos demográficos 1980. Rio de Janeiro 1980
MARQUES, M. I. M. “A atualidade do uso do conceito de camponês”. In: Revista NERA (UNESP), v. 11, p. 57-67, 2008.
MARTINE, G. “A trajetória da Modernização agrícola: A quem beneficia?” In: CEDEC, Lua Nova - Revista de Cultura e Política, Brasília-DF, n. 23, março, 1991.
PINHEIRO, S. Transgênicos: O Fim do Gênesis. Porto Alegre: Ed. UFRGS, 2000.
SACK, R. Human Territoriality: its theory in history. Cambridge: Cambridge University Press, 1986.
SANTOS, M. Por Uma Outra Globalização: do pensamento único à consciência universal. 6ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2001.
SANTOS, M. A natureza do espaço. Técnica e tempo. Razão e emoção. São Paulo: Hucitec, 1996.
VANDERLINDE, T. Agricultura familiar e formas associativas: Um estudo de caso – CAPA – Núcleo Oeste. 2002. Dissertação de mestrado. Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal Fluminense, Niterói-RJ, 2002.
ZAMBERLAM, J; FRONCHETI, A. Agricultura Alternativa: Um enfrentamento à Agricultura Química. Passo Fundo: Berthier, 2000.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2011 Gilberto Spier

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons (CC BY 4.0) que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
- Autores(as) podem realizar acordos contratuais independentes e adicionais para a distribuição não exclusiva da versão do artigo publicado nesta revista (por exemplo, incluí-lo em um repositório institucional ou publicá-lo em um livro) sempre evidenciando que o trabalho foi publicado primeiramente na Revista IDeAS.