"Charles Tilly foi pra roça": uma análise do conceito de repertório de ação coletiva aplicado às mobilizações do Movimento dos Atingidos por Barragens e da igreja católica, na zona da mata mineira

Autores

  • Bruno Fonseca Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Rio de Janeiro, Brasil
  • Ana Louise Fiúza Universidade Federal de Viçosa (UFV), Viçosa, Brasil

Palavras-chave:

movimentos sociais, repertórios, repertório de ação coletiva, atingidos por barragens, Minas Gerais, CHarles Tilly, Sociologia política

Resumo

Este artigo pretende explorar as possibilidades explicativas relacionadas às principais teorias e conceitos da sociologia dos movimentos sociais para explicar os processos de mobilização social, sobretudo àqueles ligados à luta no campo. De modo mais específico específico, realizaremos uma apresentação do conceito de Repertório de Ação Coletiva, do sociólogo Charles Tilly. Tal conceito será aplicado de forma mais aprofundada, em virtude das potencialidades explicativas que apresenta para a compreensão das mobilizações organizadas de forma conjunta pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e pela Igreja Católica. Propomos, ainda, um aperfeiçoamento do conceito, em termos da criação de três categorias analíticas — “enfrentamento direto”, “enfrentamento técnico-científico” e ações de “informação-educação” —, as quais, de acordo com o nosso julgamento, ampliam o potencial explicativo do conceito de Repertório de Ação Coletiva.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Bruno Fonseca, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Rio de Janeiro, Brasil

Doutorando em Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ).

Ana Louise Fiúza, Universidade Federal de Viçosa (UFV), Viçosa, Brasil

Coordenadora do Grupo de Estudos Rurais: Agriculturas e Ruralidades (GERAR); Doutora em Ciências Sociais em Desenvolvimento e Agricultura e Sociedade pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e professora do Departamento de Economia Rural da Universidade Federal de Viçosa (UFV).

Referências

ACSELRAD, Henri. Mediação e Negociação de Conflitos Socioambientais. Palestra proferida na Abertura do IX Encontro Temático da 4ª Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal. Brasília, 2010.

ALONSO, Angela. As teorias dos movimentos sociais: um balanço do debate. Lua Nova, São Paulo, n.76, 2009.

ALONSO, Angela. Repertório, segundo Charles Tilly: a história de um conceito. Sociologia e Antropologia, v.2, 2012.

ALONSO, Angela; GUIMARÃES, Nadya Araujo. Entrevista com Charles Tilly. Tempo Social, v.16, n.2, São Paulo, 2004.

BERMANN, Célio. Impasses e controvérsias da hidreletricidade. Estudos avançados, São Paulo, v.21, n.59, 2007.

BRINGEL, Breno. Com, contra e para além de Charles Tilly: mudanças teóricas no estudo das ações coletivas e dos movimentos sociais. Sociologia e Antropologia, v.2, 2012.

FOLHA DE PONTE NOVA. Comunidade de Miguel Rodrigues diz não a barragem em audiência pública. Ponte Nova, 2001.

FOLHA DE PONTE NOVA. Polêmica dos impactos sociais da UHE de Candonga vai para audiência em BH. Ponte Nova, 2003.

GOSS, Karine Pereira; PRUDÊNCIO, Kelly. O conceito de movimentos sociais revisitado. Revista Eletrônica dos Pós-Graduandos em Sociologia Política da UFSC, v.2, n.1, 2004.

JORNAL MOVIMENTO DOS ATINGIDOS POR BARRAGENS. Marcha proporciona salto de qualidade ao movimento. Brasília, 2001.

JORNAL PONTO FINAL. Manifestação reúne produtores na Alcan. Ouro Preto/Diogo Vasconcelos, 2001.

MCADAM, Doug; TARROW, Sidney; TILLY, Charles. Para mapear o confronto político. Lua Nova, São Paulo, n.76, 2009.

MELUCCI, Alberto. Um objetivo para os movimentos sociais? Lua Nova, n.17, São Paulo, 1989.

MENDONÇA, Ricardo Fabrino; SIMÕES, Paula Guimarães. Enquadramento: diferentes operacionalizações analíticas de um conceito. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v.27, n.79, 2012.

NUNES, Jordão Horta. Interacionismo simbólico e movimentos sociais: enquadrando a intervenção. Sociedade e Estado, v.28, n.2, Brasília, 2013.

OLIVEIRA, Fabrício Roberto Costa, PAGNOSSA, Tadeu Pamplona, ZANGELMI, Arnaldo José. Os processos de transformações na Arquidiocese de Mariana: uma análise dos jornais “O Arquidiocesano” e “O Pastoral”. Revista de Humanidades, v.11, Rio Grande do Norte, 2011.

SCHERER-WARREN, llse; REIS, José Maria. Do local ao global: A trajetória do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e suas articulações em redes. In: ROTHMAN, Franklin Daniel. Vidas alagadas: Conflitos socioambientais licenciamento e barragens. Viçosa, MG: Ed. UFV, 2008.

TILLY, Charles. Movimentos sociais como política. Revista Brasileira de Ciência Política, n. 3, Brasília, 2010.

Downloads

Publicado

12-04-2018

Edição

Seção

Dossiê especial CPDA 40 anos

Artigos Semelhantes

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.