Apropriação do microcrédito rural no Nordeste brasileiro: o papel dos animais no sistema produtivo e econômico das famílias no agreste pernambucano

Autores/as

  • Cristiano Desconsi Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
  • Daniela Aparecida Pacífico Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ)

Palabras clave:

antropologia econômica, agricultores familiares, Pronaf

Resumen

Esse artigo tem como objetivo analisar o processo pelo qual os agricultores familiares da região Nordeste se apropriam do microcrédito rural (Pronaf B). Para tal, busca-se compreender os distintos cálculos presentes, respectivamente, na apropriação e na operacionalização da política pública, a partir do estudo de vinte e cinco casos no agreste pernambucano. Analisam-se os projetos de financiamento e neles o papel dos animais nas economias familiares. A abordagem antropológica utilizada para a análise do microcrédito rural — atenta às estratégias de apropriação dos agricultores, e aos cálculos nelas implícitas — permite ir além dos parâmetros convencionais de análise e com isso compreender como tal política pública tem sido incorporada na lógica de reprodução da agricultura familiar no Nordeste, fortalecendo-a.

Descargas

Los datos de descarga aún no están disponibles.

Biografía del autor/a

  • Cristiano Desconsi, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

    Sociólogo, doutorando do Programa de Pós-graduação em Sociologia e Antropologia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (PPGSA/UFRJ).

  • Daniela Aparecida Pacífico, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ)

    Socióloga, doutora pelo Programa de Pós-graduação de Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (CPDA/UFRRJ).

Referencias

ABRAMOVAY, Ricardo. Paradigmas do capitalismo agrário em questão, Campinas: Ed. da Unicamp, 1992.

ALVES, Eliseu; ROCHA, Daniela. Ganhar tempo é possível? Textos para Discussão Nº 8, FGV, dez 2010.

BASTOS, Fernando. Ambiente institucional no financiamento da agricultura familiar. São Paulo (SP): Polis Ltda., 2006.

BNB – BANCO DO NORDESTE DO BRASIL. Relatórios e Resultados do Programa Agroamigo. 2015. Disponível em <http://www.bnb.gov.br/relatorios-e-resultados2>. Acesso em 25 mar. 2015.

BOURDIEU, Pierre. Argélie 60: structures économiques et structures temporelles, Paris Les Èditions de Minuit, 1977.

BOURDIEU, Pierre. Le champ économique. Actes de la Recherche en Sciences Sociales,119, set 1997. p. 48-66.

BOURDIEU, Pierre. O senso prático, Rio de Janeiro, Vozes, 2009.

CARON, Patrick; SABOURIN Eric. Camponeses do Sertão: mutações das agriculturas familiares no Nordeste do Brasil, Brasília: Embrapa, 2003.

CENTRO DE GESTÃO DE ESTUDOS ESTRATÉGICOS. A pequena produção rural e as tendências do desenvolvimento agrário brasileiro: ganhar tempo é possível? Brasília, CGEE, 2013.

DEL GROSSI, Mauro. Tabulação de dados renda monetária na agricultura familiar a partir de dados do Censo Agropecuário, 2006, Brasília: MDA, 2010.

DEL GROSSI, Mauro. “Pobreza e extrema pobreza no Brasil Rural”, In: IICA. A Nova Cara da Pobreza Rural, desafio para as políticas públicas, Série Desenvolvimento Rural, 2012. p. 319-335

DESCONSI, Cristiano. “Análise qualitativa das estratégias econômicas presentes em unidades familiares beneficiárias do Microcrédito Rural (Pronaf)”. Relatório de Consultoria. Brasília/MDA, 2012.

DUFY, Caroline; WEBER, Florence. L’ethnographie économique. Collection Repères, La Découverte, Paris, 2007.

GARCIA Jr., Afrânio. Terra de trabalho: trabalho familiar e pequenos produtores. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983.

GARCIA Jr., Afrânio. O Sul o caminho do roçado: estratégia de reprodução camponesa e transformação social. São Paulo: Marco Zero; UnB, CNPq, 1989.

GARCIA Jr., Afrânio; HEREDIA, Beatriz. A. “Campesinato, família e diversidade de explorações agrícolas no Brasil”. In: GODOI Emília P.; MENEZES, Marilda; MARIN, Rosa A. Diversidade do Campesinato: expressões e categorias. São Paulo: EdUnesp, Brasília: Nead, 2009. p. 213-244

GARCIA-PARPET, Marie-France. “Mercado e modos de dominação: a feira e as relações de trabalhadores na plantation açucareira nordestina”. In: NEVES Delma P.; MORAES SILVA, Maria. (orgs); Processos de constituição e reprodução do campesinato no Brasil; formas tuteladas de condição camponesa. Vol. I, São Paulo, EdUnesp, Brasília, NEAD, 2008. p. 69-87

GODELIER, Maurice. “Objets e méthodes et l’antrophologie economique”, In: L’home, Tomo 5, nº 2, 1965. p. 32-91

HEREDIA, Beatriz. A. A morada da vida: trabalho familiar e pequenos produtores do Nordeste do Brasil. Rio de Janeiro; Paz e Terra, 1979.

MENDONÇA, Letícia. “Transformando burocracias para financiar os mais pobres: a evolução do Pronaf Crédito Grupo B” In: Revista do Serviço Público, Brasília. Enap: nº 59, vol. 2, 2008. p. 187-220

MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO. Banco de Dados do Pronaf. Brasília: MDA, 2013.

MOURA, Margarida. M. Os herdeiros da terra. São Paulo, Hucitec, 1979.

POLANYI, Karl. “The Economy as an Instituted Process”. In: POLANYI, Karl et al. Trade and Market in the Early Empires. New York, The Free Press, 1957. p. 239-157

WANDERLEY, Maria. N. L’agriculture familiale. Paris, L’Harmatta, 1994.

WEBER, Florence. “Práticas econômicas e formas ordinárias de cálculo”. Rio de Janeiro, MN/UFRJ, Revista Mana 8 (2), 2002. p. 151-182

Publicado

2016-12-13

Número

Sección

Artículos originales

Artículos similares

1-10 de 116

También puede Iniciar una búsqueda de similitud avanzada para este artículo.