Sementes de uma ruralidade camponesa: a experiência do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) no Extremo Oeste catarinense
Palavras-chave:
Movimento social, campesinato, desenvolvimento ruralResumo
As estratégias de desenvolvimento rural são construídas pelos atores sociais a partir da tomada de consciência de sua posição no mundo social. No Extremo Oeste catarinense, diante das dificuldades de sustentabilidade encontradas pelos agricultores de base familiar no modelo convencional de agricultura, o Movimento dos Pequenos Agricultores -MPA- mobilizou suas forças para afirmar o projeto de uma agricultura camponesa e agroecológica. Para desenvolver tal projeto, o movimento atuou na reivindicação, construção e execução de políticas públicas, na recuperação e disseminação das sementes crioulas e no fortalecimento dos circuitos curtos de comercialização. Este artigo procura analisar os processos, as ações e as estratégias de desenvolvimento rural deste movimento social na referida região.
Downloads
Referências
ALTIERI, Miguel. Agroecologia: as bases científicas da agricultura alternativa. Rio de Janeiro: PTA/Fase, 1989.
BOURDIEU, Pierre. Razões práticas: sobre a teoria da ação. Campinas: Papirus, 1996.
BOURDIEU, Pierre. Coisas ditas. São Paulo: Brasiliense, 2004.
BOSETTI, Cleber José. Perspectivas de desenvolvimento rural em disputa no Brasil. Tese de Doutorado. Florianópolis: UFSC, 2013.
CADONÁ, Célio Valdemar. Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA): o novo nasce das estradas. Dissertação de Mestrado. Ijuí-rs: Unijuí, 2004.
CARVALHO, Priscila Delgado de. O MPA ale da forma-movimento: anotações para uma história. 40o Encontro Anual da Anpocs, 24-28 de outubro de 2016, Caxambu – MG.
DELGADO, Nelson Giordano. Política econômica, neoliberalismo e agricultura. In: COSTA, Flávio de Carvalho; FLEXOR, Georges; SANTOS, Raimundo. Mundo rural brasileiro: ensaios interdisciplinares. Rio de janeiro: Mauad, 2008.
DELGADO, Nelson Giordano. Política econômica, liberalização comercial e agricultura familiar: a experiência brasileira das décadas de 1980-1990. In: BONNAL, Philippe; LEITE, Sérgio Pereira. Análise comparada de políticas agrícolas: uma agenda em transformação. Rio de Janeiro: Mauad, 2011.
ELLIS, Frank. Peasant economics: farm households and agrarian development. Cambridge University Press, 1993.
GAZOLLA, Marcio; SCHNEIDER, Sergio. Qual “Fortalecimento” da Agricultura Familiar? Uma análise do Pronaf crédito de custeio e investimento no Rio Grande do Sul. Revista de Economia e Sociologia Rural, Piracicaba – SP, v. 51, n. 1, p. 45-68, 2013.
GOHN, Maria da Glória. Movimentos sociais na contemporaneidade. Revista Brasileira de Educação, v. 16 n. 47 maio-ago. 2011.
GOHN, Maria da Glória; BRINGEL, Breno M. Movimentos sociais na era global. Petrópolis: Vozes, 2014.
GUANZIROLI, Carlos. Agricultura Familiar e reforma agrária no século XXI. Rio de Janeiro: Geramond, 2001.
GUANZIROLI, Carlos Enrique; BUAINAIN, Antonio Marcio; SABBATO, Alberto di. Dez anos de evolução da agricultura familiar no Brasil: (1996 e 2006). Revista de Economia e Sociologia Rural, Brasília, v. 50, n. 2, p. 351-370, abr. 2012.
LACLAU, Ernesto; MOUFFE, Chantal. Hegemonia y estratégia socialista: hacia uma radicalizacion de la democracia. Buenos Aires: Fondo de Cultura Econômica. 1985.
MALIN, Mauro. Agricultura e reforma agrária. In: LAMOUNIER, Bolívar e FIGUEREDO, Rubens. (Org.). A era FHC. São Paulo: Cultura Editores Associados, 2002.
MOREIRA, Ana Paula. Sementes Crioulas valem ouro. Rio de Janeiro: Ipea, Ano 11, Edição 81, 2014.
PAHNKE, Anthony. Understanding rural resistance: contemporary mobilization in the brazilian countryside. The Journal of Peasant Studies. V. 42, n. 6, out. 2015.
PLOEG, Jean Douwe Van Der. I contadini: fra pasato o futuro. http://www.jandouwevanderploeg.com/2/ITA/doc/I_CONTADINI.pdf, 2005.
RICCI, Rudá. A maior estrutura sindical do Brasil: o papel do sindicalismo de trabalhadores rurais pós 1964. In: FERNANDES, Bernardo Mançano; MEDEIROS, Leonilde e PAULILO, Maria Ignez. Lutas Camponesas Contemporâneas: condições, dilemas e conquistas. Brasília: Nead; São Paulo: Unesp, 2009.
SABORIN, Eric. Camponeses do Brasil: entre a troca mercantil e a reciprocidade. Rio de Janeiro: Garamond, 2009.
SANTILLI, Juliana. A Lei de Sementes brasileira e os seus impactos sobre a agrobiodiversidade e os sistemas agrícolas locais e tradicionais. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas, v. 7, n. 2, p. 457-475, maio-ago. 2012.
SANTOS, Ricardo Menezes. A formação do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA): por soberania alimentar, contra a mercadorização do campo no Brasil. Revista Nera. Presidente Prudente, Ano 19, n. 31 p. 10-31, maio-ago. 2016.
SHANIN, Teodor. A definição de camponês: conceituações e desconceituações, o velho e o novo em uma discussão marxista. In: Revista Nera, Ano 8, n. 7; jul.-dez. 2005.
SCHNEIDER, Sérgio. Teoria social, agricultura familiar e pluriatividade. Revista Brasileira de Ciências Sociais. V. 18, n. 51, fev 2003.
SILVA, Andrey. Os movimentos sociais campesinos nacionais e a garantia dos direitos do cidadão brasileiro. Seminário Nacional de Teoria Marxista. Uberlândia, 12 a 15 de maio de 2014.
WARREN, Ilse Scherer. Das mobilizações às redes de movimentos sociais. Sociedade e Estado. Brasília, v. 21, n.1, p. 109-130, jan.-abr. 2006.
WOLF, Eric. Sociedades camponesas. Rio de Janeiro: Zahar, 1976.
WOORTMANN, Ellen. O saber camponês: práticas ecológicas tradicionais e inovações. In: GODOI, Emilia Pietrafesa; MENEZES, Marilda Aparecida; MARIN; Rosa Acevedo (Orgs.). Diversidade do campesinato: expressões e categorias. V II. São Paulo: Unesp; Brasília: Nead, 2009.
Movimento dos Pequenos Agricultores - MPA. http://mpabrasil.org.br/.
MPA. Plano Camponês MPA. Por soberania alimentar e poder popular! Brasília: MPA, 2009.
MPA. Plano Nacional de Sementes Crioulas: rumo à soberania genética. Brasília: MPA, 2010.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons (CC BY 4.0) que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
- Autores(as) podem realizar acordos contratuais independentes e adicionais para a distribuição não exclusiva da versão do artigo publicado nesta revista (por exemplo, incluí-lo em um repositório institucional ou publicá-lo em um livro) sempre evidenciando que o trabalho foi publicado primeiramente na Revista IDeAS.
