‘Da mata bruta’ aos montes cobertos por cafeeiros, canaviais e pastagens

traços da História Ambiental de Cambuci e do Noroeste Fluminense (1861-1920)

Autores

Palavras-chave:

História Ambiental, Noroeste Fluminense, Cambuci, café, cana-de-açúcar, pecuária, paisagem

Resumo

O trabalho tem por objetivo analisar a dinâmica da estruturação produtiva do município de Cambuci, em seu contexto regional, o Noroeste Fluminense, da segunda metade do século XIX até 1920. Tomando a História Ambiental como fio condutor, analisa-se o papel da cana-de-açúcar, do café e da pecuária na configuração territorial dessa região, com base em dados censitários e em informações do jornal Almanak Laemmert. A partir daí, busca-se compreender os impactos econômicos, ambientais e sociais dessas práticas agropecuárias e sua estreita relação com a malha ferroviária que ali se constituiu e também contribuiu para o desenvolvimento local. Tudo isso à custa de um passivo ambiental elevado, marcado, atualmente, na paisagem da região.

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Biografia do Autor

  • Gabriel Almeida Frazão, Instituto Federal Fluminense, Cambuci, Brasil

    Pós-Doutorando no Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal Fluminense. Doutor em Ciências Sociais, CPDA/UFRRJ. Mestre em História Social, UFF. Professor de História do Instituto Federal Fluminense. Líder do Núcleo de Pesquisas e Estudos sobre as Ruralidades Fluminenses (NUPERF). Membro do INCT Proprietas.

  • Regis Rodrigues de Almeida, Instituto Federal Fluminense, Cambuci, Brasil

    Possui graduação em Licenciatura Plena em Geografia pela Universidade Federal de Goiás (2011) e mestrado em Geografia pela Universidade Federal de Goiás (2014). Atualmente é professor do Instituto Federal Fluminense. Tem experiência na área de Geografia, com ênfase em Ensino de Geografia, atuando principalmente nos seguintes temas: formação de professores, metodologia no ensino de geografia, pedagogia, ensino de geografia e ensino de cidade.

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Publicado

14-10-2020

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