“Usando máscara e fazendo vista grossa”: a agricultura ecológica e sua dimensão moral

Authors

  • Valter Lúcio de Oliveira Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ)

Keywords:

agricultura ecológica, comunidade moral, disciplinamento

Abstract

A análise desenvolvida neste artigo busca problematizar as relações estabelecidas em uma determinada localidade rural marcada pela presença de associa- ções de agricultores ecologistas e pela atuação de uma ONG que desenvolve a agricultura ecológica e contribui na organização destes agricultores. Apoiado especialmente no conceito de comunidade moral pretende-se aqui compreender os efeitos sociais engendrados por essas organizações ao se estabelecerem em tal meio social. Também serão apontadas evidências empíricas que conduzem à identificação de um processo de disciplinamento que se verifica a partir da constituição de um discurso ecologista desenvolvido, em grande medida, pelos mediadores sociais e incorporado/adaptado pelos agricultores ecologistas. Agricultura Ecológica; Comunidade Moral; Disciplinamento.

Downloads

Download data is not yet available.

Author Biography

  • Valter Lúcio de Oliveira, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ)

    Mestre em Desenvolvimento Rural (UFRGS). Doutorando pelo CPDA/UFRRJ.

References

BAILEY, F. G. Gifts and poison: the politics of reputation. Oxford Brasil Blackwll, 1971.

BOURDIEU, P. A economia dos bens simbólicos. In: Razões práticas: sobre a teoria da ação. Campinas, SP: Papirus, 1996, pp.157-194.

BAUMAN, Z. Comunidade: a busca por segurança no mundo atual. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003.

DURKHEIM, E. Da divisão do trabalho social. São Paulo: Martins Fontes, 1999.

ELIAS, N.; SCOTSON, J. L. Os estabelecidos e os outsiders: sociologia das relações de poder a partir de uma pequena comunidade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2000.

FOUCAULT, M. Vigiar e punir: nascimento da prisão. 29 ed., Petrópolis: Vozes, 1977.

HALL, S. A identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A, 1998.

LASCOUMES, P. L’Éco-pouvoir: environnements et politiques. Paris: La Découverte, 1994, p. 07-33.

MARQUES, A. C. Intrigas e questões. Vingança de família e tramas sociais no sertão de Pernambuco. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2002.

OLIVEIRA, V. L. A impossível simetria: distinção, interdependência e poder na relação entre agricultores ecologistas e mediadores sociais. Porto Alegre: UFRGS, Dissertação de Mestrado. Programa da Pós-graduação em Desenvolvimento Rural, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2004.

THOMPSON, E. P. Costumes em comum: estudos sobre a cultura popular tradicional. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.

TÖNNIES, F. Comunidade e sociedade como entidades típico-ideais. In: FERNANDES, F. (org.) Comunidade e sociedade: leituras sobre problemas metodológicos e de aplicação.São Paulo: Companhia Editora Nacional/Edusp, 1973, pp.96-116.

WEBER, M. Comunidade e sociedade como estruturas de socialização. In: FERNADES, F. (org.) Comunidade e sociedade: leituras sobre problemas metodológicos e de aplicação. São Paulo: Companhia Editora Nacional/Edusp, 1973, pp.140-143.

WOLF, E. Aspectos das relações de grupos em uma sociedade complexa: México. In: Antropologia e poder. Contribuições de Eric Wolf. Brasília: Editora da UnB, São Paulo: Imprensa Oficial; Campinas: Editora da Unicamp, 2003.

WOORTMANN, K. “Com parente não se neguceia”. O campesinato como ordem moral. Anuário Antropológico 87, Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1990.

Published

2015-03-07

Issue

Section

Original articles

Similar Articles

1-10 of 170

You may also start an advanced similarity search for this article.