Teoria da modernização, desenvolvimentismo e marginalidade na história da sociologia rural
Palabras clave:
desenvolvimentismo, marginalidade, sociologia ruralResumen
O presente artigo pretende refletir sobre a influência da teoria da moderniza- ção e do desenvolvimento na sociologia rural hegemônica até a década de 1970. Tentarei demonstrar como tal lógica de pensamento e prática foi crucial para a definição da função e do objeto da sociologia rural na sua fase difusionista. Função de caráter predominantemente técnico, onde aquele que explica se confunde com aquele que instrumentaliza, e definição do objeto em termos de marginalidade residual – atraso cultural, valorativo – incoerente com os padrões gerais de ação de uma sociedade moderna. O surgimento de uma nova sociologia rural dá-se junto à explicitação real das contradições inerentes ao interesse instrumental da teoria da modernização, porém, a mesma lógica de abordagem continua a permear explicações e intervenções relativas à questão agrária. É por esta persistência substantiva do caráter tecnicista dos projetos de desenvolvimento que a crítica ao desenvolvimentismo-marginalizante deve manter-se como tarefa central da sociologia rural.
Descargas
Referencias
ABRAMOVAY, Ricardo. Paradigmas do capitalismo agrário em questão. Rio de Janeiro: ANPOCS; Campinas: Hucitec, 1992.
BOIX, Vicent. As “estratégias de superação” da fome, segundo o Banco Mundial. In: Carta Maior, maio de 2012. Disponível em: http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=20088
BUTTEL, Frederick H. Algunas reflexiones sobre la economia política agraria de fines del siglo XX. In: CAVALCANTI, Josefa Salete B.; NEIMAN, Guillermo (comp.). Acerca de la globalización em la agricultura: territorios, empresas y desarrollo local em América Latina. Buenos Aires: CICCUS, 2005.
CAVALCANTI, Josefa. Teoria sociológica e agricultura: tendências e desafios. In: Cadernos de Sociologia/ PPGS. V.4, n. especial (1993). Porto Alegre: PPGS/UFRGS, 1993).
CHAYANOV, Alexander. La organización de la unidad económica campesina. Buenos Aires: Ediciones Nueva Visión,1974.
DURKHEIM, Émile. As regras do método sociológico. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2002.
DURKHEIM, Émile. Da divisão do trabalho social. São Paulo: Martins Fontes, 2010.
ESCOBAR, Arturo. Cap. 8. The making and unmaking of the third world through development. In: BAWTEE, Victoria; RAHNEMA, Majid (comp.). The post development reader. New Jersey: Zed Books: 1997.
FAO: “Guia para os países afetados pela alça dos preços alimentares”, Roma, 15 de janeiro de 2011. FREIRE, Paulo. Extensão ou comunicação? Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983.
HABERMAS, Jürgen. Conhecimento e Interesse. In: BENJAMIN, W; HORKHEIMER, M. et al. Textos escolhidos (Os Pensadores). São Paulo: Abril Cultural, 1983.
HARVEY, David. O “novo” imperialismo: acumulação por espoliação. In: originalmente em Socialist Register, 2004. Disponível em: http://biblioteca.clacso.edu.ar/ar/libros/social/2004pt/05_harvey.pdf
HARVEY, David. O enigma do capital: e as crises do capitalismo. São Paulo: Boitempo, 2011.
HORKHEIMER, Max. Eclipse da Razão. São Paulo: Centauro, 2002.
KOWARICK, Lúcio. Capitalismo e marginalidade na América Latina. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1977.
MACHADO, Vitor. Questão agrária, conflitos sociais no campo e extensão rural: uma análise da realidade rural contemporânea. In: Revista Tékhne & Lógos, Botucatu, SP, v. 1, n. 3, junho, 2010.
MARTINS, José de Souza. O futuro da sociologia rural e sua contribuição para a qualidade de vida rural. In: Estudos Sociedade e Agricultura,15/10/2000.
MARTINS, José de Souza. Exclusão e a nova desigualdade. São Paulo: Paulus, 1997.
MARTINS, José de Souza. A reprodução do capital na frente pioneira e o renascimento da escravidão no Brasil. In: Tempo Social, revista de sociologia da USP, São Paulo, 6(1-2), pp. 1-25, 1995.
MARX, Karl. O capital, livro I, v. 2. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2009.
MARX, K.; ENGELS, F. A Ideologia Alemã. São Paulo: Boitempo, 2007. MAZOYER, Marcel; ROUDART, Laurence. História das agriculturas no mundo: do neolítico à crise contemporânea. São Paulo: Unesp; Brasília: Nead, 2010.
MÉSZÁROS, I. Filosofia, ideologia e ciência social. São Paulo: Boitempo, 2008.
MOÇÃO de Repúdio ao Processo de Criação e Concepção da ANATER. Botucatu: 2013. Acesso em: http://eiabotucatu2013.blogspot.com.br/p/mocao-de-repudio-ao-processo-de.html
OLIVEIRA, Francisco de. Elegia para uma re(li)gião: SUDENE, Nordeste, Planejamento e conflito de classes. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1981.
PRADO Jr., Caio. A questão agrária no Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1979.
QUEIROZ, Maria Isaura de P. Uma categoria rural esquecida. In: CAVALCANTI; MALAGODI et al (orgs.) Camponeses Brasileiros: leituras e interpretações clássicas v.1. São Paulo: Unesp; Brasília: Nead, 2009.
SABOURIN, Eric. Sociedades e organizações camponesas: uma leitura através da reciprocidade. Rio Grande do Sul: UFRGS, 2011.
SCHNEIDER, Sérgio. Da sociologia rural à sociologia da agricultura. In: Cadernos de Ciência & Tecnologia, Brasília, v.14, n.2, p. 225-256, 1997.
SHANIN, Teodor. Cap. 6. The idea of progress. In: BAWTEE, Victoria; RAHNEMA, Majid (comp.). The post development reader. New Jersey: Zed Books: 1997.
TIPA JÚNIOR, Nelson. Governo quer ANATER funcionando em 2014. In: Jornal do Comércio, 25/11/2013. Acesso em: http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=140665. PL 5740/2013. Redação final disponível em: http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra;jsessionid=F3F6F4EAC2E0869BC7C23DDEBF90E135.node1?codteor=1147959&filename=REDACAO+FINAL+-+PL+5740/2013.
WILKINSON, J. Mercados, redes e valores: o novo mundo da agricultura familiar. Porto Alegre: FRGS, Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Rural, 2008.
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
- Los autores conservan los derechos de autor y otorgan a la revista el derecho a la primera publicación, con el trabajo licenciado simultáneamente bajo la Licencia Creative Commons (CC BY 4.0) que permite compartir el trabajo con reconocimiento de autoría y publicación inicial en esta revista.
- Se permite y se alienta a los autores a publicar y distribuir su trabajo en línea (por ejemplo, en repositorios institucionales o en su página personal) en cualquier momento antes o durante el proceso editorial, ya que esto puede generar cambios productivos, así como aumentar el impacto y cita del trabajo publicado.
- Los autores pueden hacer acuerdos contractuales independientes y adicionales para la distribución no exclusiva de la versión del artículo publicado en esta revista (por ejemplo, incluirlo en un repositorio institucional o publicarlo en un libro) siempre mostrando que el trabajo se publicó primero en Revista IDeAS.