Aproximações entre os estudos da sociologia pragmática e da ambientalização
Palavras-chave:
Relações sociedade-natureza, Conflitos socioambientais, Revisão teórica, Valorações ambientais, MaterialidadesResumo
Este texto articula a perspectiva da sociologia pragmática com a noção da ambientalização, no sentido de perceber suas interfaces e contribuir com pesquisas no campo socioambiental. Desde o estudo teórico, especialmente de artigos e livros, partimos por apresentar as duas abordagens, trazendo exemplos empíricos. Percebemos diálogos entre a ambientalização e a sociologia pragmática, aprofundando a análise dos processos de ambientalização ao dar atenção às materialidades, as situações de ação, as formas de valorações que as pessoas conferem ao meio ambiente e as afetividades articuladas entre humanos e não humanos. A compreensão dos sentidos do ambiental situado a contextos, discursos, objetos, provas, associações e as razões do agir desdobra a análise sobre o que e como se ambientaliza, incluindo como se operam estas ambientalizações e quais futuros indicam na era da emergência climática. Por fim, trazemos um quadro analítico que sistematiza um ciclo do processo de ambientalização.
Downloads
Referências
AGUIAR, Maria Célia. Ambientalização curricular no Ensino Fundamental: um estudo no âmbito do Programa Escolas Sustentáveis. Tese (Doutorado) – Educação/UFRJ, Rio de Janeiro, 2021.
ALMARIC, David. Introduction. Le port en révolte: écologies de la contestation dans la région portuaire de Rio de Janeiro. Thèse de doctorat: EHESS, França, 2023.
AUYERO, Javier; SWISTUN, Débora. Expuestos y confundidos: Un relato etnográfico sobre sufrimiento ambiental. Iconos. Revista de Ciencias Sociales, n. 28, Quito, p. 137-152, ene. 2007.
ARAÚJO, Marcelo. Ambientalização e politização do consumo e da vida cotidiana: uma etnografia das práticas de compra de alimentos orgânicos em Nova Friburgo/RJ. Dissertação (Mestrado) – CPDA/UFRRJ, Rio de Janeiro, 2010.
BARTHE, Yannick et al. Sociologia pragmática: guia do usuário. Sociologias, Porto Alegre, ano 18, n. 41, 2016, p. 84-129.
CEFAÏ, Daniel. Diez propuestas para el estudio de las movilizaciones colectivas. De la experiencia al compromiso. Revista de Sociologia, n. 26, p. 137-166, 2011.
CEFAÏ, Daniel. L’Engagement ethnographique. Paris: Éditions EHESS, 2010.
CEFAÏ, Daniel. Qué es una arena pública? Algunas pautas para un acercamiento pragmático. In: CEFAÏ, Daniel; JOSEPH, Isaac. La herencia del pragmatismo. Conflictos de urbanidad y pruebas de civismo. La Tour d’Aigues, Editions de l’Aube, 2002, p. 51-81.
CEFAÏ, Daniel. Públicos, problemas públicos, arenas públicas. Novos Estudos. Centro Brasileiro de Análise de Planejamento (Cebrap). São Paulo, v. 36, p 187-213, mar. 2017.
CEFAÏ, Daniel; TROM, Danny. Los marcos de la acción colectiva. Definiciones y problemas. In: NATALUCCI, Ana (Ed.). Sujetos, movimientos y memorias. Sobre los relatos del pasado y los modos de confrontación contemporâneos. La Plata, Al Margen, 2008.
CEFAÏ, Daniel; VEIGA, Felipe; MOTA, Fábio. Introdução. Arenas Públicas: por uma etnografia da vida associativa. In: CEFAÏ, Daniel; VEIGA, Felipe; MOTA, Fábio; MELLO, Marco A. Arenas públicas: por uma etnografia da vida associativa. Niterói: Editora da Universidade Federal Fluminense, 2011.
CENTEMERI, Laura. Commons and the New Environmentalism of Everyday Life. Alternative Value Practices and Multispecies Commoning in the Permaculture Movement. Rassegna Italiana di Sociologia, v. 64, n. 2, p. 289-313. 2018.
CENTEMERI, Laura. Green Justification and Environmental Movements. In: DIAZ- BONE, Rainer; DE LARQUIER, Guillemette (Eds.). Handbook of Economics and Sociology of Conventions. Springer, Cham, p.1-21, 2022.
CENTEMERI, Laura. Reframing Problems of Incommensurability in Environmental Conflicts Through Pragmatic Sociology. From Value Pluralism to The Plurality of Modes of Engagement with The Environment. Environmental Values, v. 24, n. 3, p. 299-320, 2015.
CHATEAURAYNAUD, Francis. Des expériences ordinaires aux processus critiques non-linéaires. Le pragmatisme sociologique face aux ruptures contemporaines, Revue Pragmata, v. 5, p. 19-92, 2022.
CHATEAURAYNAUD, Francis. Argumenter dans un champ de forces. Essai de balistique sociologique. Paris: Éditions Petra (Pragmatismes), 2011.
CHATEAURAYNAUD, Francis. Le pragmatisme sociologique et la notion d’épreuve: des ressorts de la critique à la criticité des processus. Versão curta da apresentação no Colóquio ‘Quais categorias para as ciências sociais’, Toulouse, set. 2023.
CORRÊA, Diogo Silva; DIAS, Rodrigo de Castro. Crítica e os momentos críticos: de la justification e a guinada pragmática na sociologia francesa. Mana, v. 22, n. 1, p. 67-99, 2016.
LACERDA, Renata. Terra sem lei? Sociedade e política no governo da Amazônia. Tese (Doutorado) – Museu Nacional/UFRJ, Rio de Janeiro, 2023.
LACERDA, Renata. Revoltas do povo da BR-163 contra crises da ambientalização do governo. Anuário Antropológico. Brasília, v. 47, n. 1, p. 19-43. 2022.
LASCOUMES, Pierre. L’éco-pouvoir: environnements et politiques. Paris: La Découverte, 1994.
LEITE LOPES, José Sérgio. Sobre processos de ‘ambientalização’ dos conflitos e sobre dilemas da participação. Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, ano 12, n. 25, p. 31-64, 2006.
LEITE LOPES, José Sérgio (Coord.); ANTONAZ, Diana; PRADO, Rosane; SILVIA, Gláucia (Orgs.). A ambientalização dos conflitos sociais: participação e controle público da poluição industrial. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2004.
LEVAIN, Alix et al. Les Gilets jaunes, anti-écologistes? Bilan des recherches en sciences sociales sur les rapports à l’environnement des Gilets jaunes. Fondation de l’Écologie Politique. 2023, p. 46-71.
MEY, Gunter; GÜNTHER, Hartmut (eds.). The life space of the urban child: perspectives on Martha Muchow’s classic study. Transaction Publishers: USA, 2015.
OLIVEIRA, Ildoana; MAZZARINO, Jane; LIMA, Lucia Ceccato de. Ambientalização no Ensino Superior: Análise integrativa de publicações na área da saúde. Rev. Int. Educ. Sup., v. 11, p. 1-23, 2023.
ORILLARD, Clement. Kevin Lynch et l’innovation dans les systèmes de visualisation urbaine. Communication & Langages, v. 180, n. 2, p. 63-77, 2014.
PÁDUA, José Augusto. ‘Aniquilando as naturais produções’: crítica iluminista, crise colonial e as origens do ambientalismo político no Brasil (1786-1810). Dados [on-line], v. 42, n. 3, p. 497-538, 1999.
PÁDUA, José Augusto. As bases teóricas da história ambiental. Estudos Avançados, v. 24, n. 68, p. 81-101, 2010.
QUÉRÉ, Louis. Self-action, interaction et transaction comment ‘écologiser’ les sciences sociales? In: QUÉRÉ, Louis. Au commencement était l’Acte. Pragmatisme et sociologie. La Bibliothèque de Pragmata, 2024, p. 79-124.
RODRIGUES, Elisangela. A educação ambiental crítica na formação de professores de geografia através da ambientalização curricular. Tese (Doutorado) – EAEFE/FURG, Rio Grande do Sul, 2022.
SILVA, Tarcísio. Impactos dos ventos a partir da ambientalização e estrangeirização da terra. Revista Brasileira de História & Ciências Sociais, v. 13, n. 27, p. 249-267, 2021.
TEISSERENC, Maria José da S. A. Politização, ambientalização e desenvolvimento territorial em Reservas Extrativistas. Caderno CRH, Salvador, v. 29, n. 77, p. 229-242, 2016.
THÉVENOT, Laurent. Which road to follow ? The Moral Complexity of an ‘Equipped' Humanity. In: LAW, John; MOL, Annemarie (Eds.), Complexities: Social Studies of Knowledge Practices, Durham and London, Duke University Press, p. 53-87, 2002.
THÉVENOT, Laurent. The Plurality of Cognitive Formats and Engagements. European Journal of Social Theory, v. 10, n. 3, p. 409-423, 2007.

Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Lígia Scarpa Bensadon

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons (CC BY 4.0) que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
- Autores(as) podem realizar acordos contratuais independentes e adicionais para a distribuição não exclusiva da versão do artigo publicado nesta revista (por exemplo, incluí-lo em um repositório institucional ou publicá-lo em um livro) sempre evidenciando que o trabalho foi publicado primeiramente na Revista IDeAS.