Entre a indústria e a vida no engenho: uma análise das transformações do trabalho na “zona” da cana de Pernambuco
Palabras clave:
Estratégias produtivas, trabalho rural, Engenho MegaípeResumen
O presente artigo é fruto da pesquisa do mestrado em Ciências Sociais na Universidade Federal de Campina Grande, realizada nos anos de 2011 a 2013, e analisa os processos pelos quais as condições de existência no espaço rural do Engenho Megaípe, localizado no município de Jaboatão dos Guararapes- PE, têm se metamorfoseado diante das dinâmicas econômicas em curso na “zona” da cana-de-açúcar, que é impulsionada, principalmente, pela industrialização e logística, a qual tem como símbolo o Porto de Suape. A ideia central deste trabalho é mostrar quais são as principais estratégias produtivas que possibilitam a reprodução social dessas famílias que vivem no engenho, evidenciando, sobretudo, como elas percebem essas novas formas de trabalho. Dentre os resultados da pesquisa, destacam-se: a busca pelo trabalho nas indústrias como um projeto de vida das famílias do engenho; a manutenção nos engenhos de atividades agrícolas de subsistência; e a insegurança das famílias em perder suas moradias no engenho diante das transformações que ocorrem na região.
Descargas
Referencias
ALDENHOFF-HÜBINGER, Rita. Os cursos de Max Weber: economia política, política agrária e questão dos trabalhadores (1894-1900). Tempo Social – Revista de Sociologia da USP. São Paulo, v. 24, n. 1, jan-jun 2012, p 19-36.
ANDRADE, Manuel Correia de. História das usinas de açúcar de Pernambuco. Recife: Editora Massangana, 1989.
BOURDIEU, Pierre. A distinção: crítica social do julgamento. São Paulo: Edusp; Porto Alegre: Zouk, 2008.
BOURDIEU, Pierre. A Juventude é apenas uma palavra. In: Questões de Sociologia. Rio de Janeiro: Marco Zero Limitada, 1983.
CARNEIRO, Maria José. “Rural” como categoria de pensamento. In: Ruris, Campinas, vol. 2, nº 1, p. 9-38, mar. 2008.
CASTILHO, Fernando. Coluna JC Negócios, In: Jornal do Commercio, Recife: Publicado em 24.9.2010.
CASTRO, Elisa Guaraná de. Entre Ficar e Sair: uma etnografia da construção social da categoria jovem rural. Tese de Doutorado em Antropologia Social, Rio de Janeiro: PPGAS/MN/UFRJ, 2005.
CONDEPE/FIDEM. Agência Estadual de Planejamento e Pesquisas de Pernambuco. Pernambuco: realidade e desafios. Recife, 2009. 244 p.
ENGELS, Friedrich; MARX, Karl. A ideologia alemã. 2ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
FREYRE, Gilberto. Nordeste: aspectos da influência da cana sobre a vida e a paisagem do Nordeste do Brasil. 7ª ed. São Paulo: Global, 2004.
GARCIA, Carlos; MUSSALEM; Josué. Suape: muito mais que um porto, uma visão econômica. Recife: Comunigraf, 2011.
GIDDENS, Anthony. A constituição da sociedade. 3ª ed. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2009.
HARVEY, David. Condição pós-moderna. São Paulo: Loyola, 1993.
HARVEY, David. O enigma do capital: e as crises do capitalismo: São Paulo: Boitempo, 2011.
IBGE. Censo agropecuário 2006: Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1> Acesso em: 20 dez. 2012.
JACQUES, Rancière. O dissenso. In: ADAUTO, Novaes (Org.). A crise da Razão . São Paulo: Companhia das Letras; Brasília, DF: Ministério da Cultura; Rio de Janeiro: Fundação Nacional de Arte, 1996.
MALINOWSKI, Bronislaw Kasper. Argonautas do Pacífico Ocidental: um relato do empreendimento e da aventura dos nativos nos arquipélagos da Nova Guiné melanésia. 2ªed. São Paulo: Abril Cultural, 1978.
MARTINS, Rodrigo Constante. Novas ruralidades e teoria social: um novo olhar weberiano sobre a noção de território. In: Anpocs, Caxambu, MG, out. 2010.
MENEZES, Maria Aparecida de. Migrações: uma experiência histórica do campesinato do Nordeste. In. GODOI, E.P; MENEZES, M.A; MARIN, R.A (Orgs.) Diversidade do campesinato: expressões e categorias: Estratégias de reprodução social. Vol. II. São Paulo: Editora UNESP, NEAD, 2009.
MORMONT, Marc. Who is Rural? Or, how to be rural: towards a sociology of the rural. In: MARSDEN, Terry et al. Rural Restructuring: Global processes and their responses. London: David Fulton Publishers, 1990.
PALMEIRA, Moacir. Casa e trabalho: nota sobre as relações sociais na plantation tradicional. Contraponto, Rio de Janeiro, v.2, n.2, p. 103-114, 1977. In. WELCH, C.A; MALAGODI, E; CAVALCANTI, J.S.B; WANDERLEY, M.N.B (Orgs.). Camponeses brasileiros: leituras e interpretações clássicas (História Social do Campesinato). Vol. I. São Paulo: Editora UNESP, NEAD, 2009.
LUXEMBURGO, Rosa. A Acumulação do Capital. Volume II. São Paulo: Abril Cultural, 1984.
SCOTT, Russell Parry. Famílias camponesas, migrações e contextos de poder no Nordeste: entre o “cativeiro” e o “meio do mundo”. In. GODOI, Emília Pietrafesa de; MENEZES, Maria Aparecida de; MARIN, Rosa Acevedo (Orgs.). Diversidade do campesinato: expressões e categorias (Estratégias de Reprodução Social), vol. II. São Paulo: Editora UNESP, NEAD, 2009.
SIGAUD, Lygia. Os clandestinos e os direitos: estudo sobre trabalhadores da cana-de-açúcar de Pernambuco. São Paulo: Duas Cidades, 1979. SINDAÇÚCAR. Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool de Pernambuco (2012). Disponível via internet em <http://www.sindacucar.com.br/noticias_estatisticas.html Acesso em 29/09/12>.
WANDERLEY, Maria de Nazareth Baudel. O mundo rural como um espaço de vida: reflexões sobre a propriedade da terra, agricultura familiar e ruralidade. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2009.
WOORTMANN, K. Migração, família e campesinato. Revista Brasileira de Estudos de População: Campinas, v.7, n.1, p.35 - 53, 1990. In. WELCH, C.A; MALAGODI, E; CAVALCANTI, J.S.B; WANDERLEY, M.N.B (Orgs.) Camponeses brasileiros: leituras e interpretações clássicas (História Social do Campesinato). Vol. I. São Paulo: Editora UNESP, NEAD, 2009.
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
- Los autores conservan los derechos de autor y otorgan a la revista el derecho a la primera publicación, con el trabajo licenciado simultáneamente bajo la Licencia Creative Commons (CC BY 4.0) que permite compartir el trabajo con reconocimiento de autoría y publicación inicial en esta revista.
- Se permite y se alienta a los autores a publicar y distribuir su trabajo en línea (por ejemplo, en repositorios institucionales o en su página personal) en cualquier momento antes o durante el proceso editorial, ya que esto puede generar cambios productivos, así como aumentar el impacto y cita del trabajo publicado.
- Los autores pueden hacer acuerdos contractuales independientes y adicionales para la distribución no exclusiva de la versión del artículo publicado en esta revista (por ejemplo, incluirlo en un repositorio institucional o publicarlo en un libro) siempre mostrando que el trabajo se publicó primero en Revista IDeAS.