Uma análise do discurso do governo brasileiro na campanha “proteger a lagosta é proteger o pescador”
Palabras clave:
Análise do discurso, Gestão sustentável da pesca da lagosta, Gestão sustentável, Propaganda, atividade pesqueira, pesca artesanalResumen
Com base na ideologia da sustentabilidade, o governo federal vem empregando no seu discurso o termo gestão sustentável, como norteador de uma práxis atual na atividade pesqueira no Brasil, que enfrenta uma crise sem precedentes devido ao uso contínuo de métodos de pesca predatórios, ameaçando tanto as espé- cies marinhas como o sustento de uma geração de pescadores artesanais e seu legado cultural. Sem pretensão de esgotar o assunto e com base em alguns autores da Escola Francesa de Análise de Discurso (AD), este artigo propõe uma reflexão teórica de como a linguagem é materializada na ideologia e como esta se manifesta na linguagem. Para tanto, analisa-se o discurso da sustentabilidade, o discurso da propaganda e, ainda, o discurso do poder na campanha Proteger a Lagosta é Proteger o Pescador lançada em 2007 pela Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca – SEAP e pelo Ministério do Meio Ambiente - Ibama. O presente trabalho situa-se nos condicionantes sócio-históricos contemporâneos, a partir da criação da SEAP, em 2003, e tem uma abordagem crítica sobre o discurso institucional da campanha em questão, que ora é ideológico e encontra justificativa na gestão sustentável da lagosta, como uma política pública para recuperar a atividade no país, ora é um discurso de poder que, através de uma campanha de construção social, institui medidas e regras para a pesca da lagosta.
Descargas
Referencias
BERKES, F; MAHON, R. McCONNEY, P; POLLNAC, R; POMEROY, R. Gestão de Pesca de pequena escala: diretrizes e métodos alternativos. In: KALIKOSKI, Daniela C. (org). Furg: 2006.
BOLETIM ESTATÍSTICO DE PESCA MARÍTIMA E ESTUARINA DO NORDESTE DO BRASIL, Tamandaré, dezembro, 2004, p. 11.
CALLOU, B. Â. A Voz do Mar. Construção simbólica da realidade dos pescadores brasileiros pela missão do cruzador “José Bonifácio” (1919 – 1924). São Paulo, 1994.
CARVALHO. N. de. Publicidade a linguagem da sedução. São Paulo: Ática, 2007.
CASTELLO, J. P. Gestão Sustentável dos Recursos Pesqueiros, isto é realmente possível? Pan American Journal of Aquatic Sciences, 2007, 2(1): 47-52.
FIORIN, J. L. Lições de Texto. São Paulo: Ática, 1982.
FLOETER, S. R. Um ensaio sobre o descompasso entre tecnologia pesqueira, políticas públicas e o conhecimento sobre a sustentabilidade dos oceanos. UFSC, 2005. Disponível em: www.lbmm.ufsc.br/vertebrados/CTS_Pesca_Floeter.pdf. Acesso em: 10/03/2008.
FOUCAULT, M. A ordem do discurso. Aula inaugural no Collège de France pronunciada em 2 de dezembro de 1970. São Paulo: Edições Loyola, 1996.
FREITAS, M. Natureza, Cultura, Ambiente e Desenvolvimento: um ensaio sobre a viabilidade de uma cultura (comum) da sustentabilidade. In: PARENTE, T. G. e MAGALHÃES, H. G. D. (orgs.). Linguagens Plurais: cultura e meio ambiente. Bauru, SP: EDUSC, 2008.
FURNALETTO, M. M. Análise do discurso e ensino: como a teoria situa a prática. II Semana Integrada das Licenciaturas – UNISUL, setembro, 2003. Disponível em: http://br.geocities.com/agatha_7031/ad_ensino.html. Acesso em: 18/09/2007.
GUARESCHI, P. A. Comunicação e Poder: a presença e o papel dos meios de comunicação de massa estrangeira na América Latina. Petrópolis, Vozes, 2001.
HALLIDAY, T. L. O que é retórica. São Paulo: Brasiliense, 1990.
IBAMA. Boletim estatístico da pesca marítima e estuarina do Estado do Ceará. Tamandaré, agosto de 2000. (Mimeo).
INSTITUTO DE PESCA. Estrutura e sustentabilidade para desenvolver a pesca artesanal. Fonte: Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca, Jul. 2007. Disponível em: www.pesca.sp.gov.br/noticia.php?id_not=1690 ou em: http://www.presidencia.gov.br/estrutura_presidencia/seap. Acesso em: 10/02/2008.
ISAAC-NAHUM, V. J. Explotação e manejo dos recursos pesqueiros do litoral Amazônico: um desafio para o futuro. São Paulo: Ciência e Cultura, 2006, p. 33-36.
LAGE, N. Linguagem jornalística. São Paulo, Ática, 2001.
LUCENA FILHO, S. A. A festa junina em Campina Grande: uma estratégia de folkcomunicação. João Pessoa: UFPE, 2007.
MARQUES, G. et al. A voz das professoras do mar. In: LEITÃO, Maria Rosário de Fátima Andrade. Extensão rural, extensão pesqueira: Experiências cruzadas. Recife: FASA, 2007. p. 203 – 210.
PASQUARELLI, V. J. et al. Gênero e Meio Ambiente: mulher, justiça ambiental e desenvolvimento sustentável. In: PARENTE, Temis Gomes; MAGALHÃES Hilda Gomes D. (orgs). Linguagens Plurais: cultura e meio ambiente. Bauru, SP: EDUSC, 2008.
PEIRCE, C. S. Semiótica e filosofia. São Paulo: Cultrix, 1972.
PINTO, M. J. Comunicação e discurso: introdução à análise de discursos. São Paulo: Hacker Editores, 1999, p. 7 – 85.
SANDMANN, A. A linguagem da propaganda. São Paulo: Contexto, 2007.
SANTOS, R. E. dos. As teorias da comunicação: da fala à Internet. São Paulo: Ática, 2003.
SECRETARIA ESPECIAL DE AQÜICULTURA E PESCA - SEAP. Publicações. Disponível em: http://www.presidencia.gov.br/estrutura_presidencia/seap/publicacoes/ . Acesso em: 15 fev. 2008
SECRETARIA ESPECIAL DE AQÜICULTURA E PESCA. Seap – três anos de transformação. Disponível em: www.deputadoserafim.com.br/modulos/publicacao_visita.php?id=13&arquivo=SEAP.doc. Acesso em: 15/02/2008
SILVA, J. S. da; SAMPAIO, J. L. F. O Brasil e seus rumos: as lógicas das políticas públicas na perspectiva socioambiental, 2006. Disponível em: http://www.casa.org.br/noticia.php?id=43. Acesso em: 15/02/2008.
SILVA, J. S. da; SAMPAIO, J. L. F. A “extensão pesqueira” no Desenvolvimento das Comunidades Litorâneas no Estado do Ceará. Dissertação (mestrado) Desenvolvimento e Meio Ambiente. Fortaleza, 2003.
TASSARA, H.; RIBEIRO, R. A crise mundial da pesca: a longa costa tropical. Revista Nacional Geographic, abril, 2007.
TAVARES, M. Comunicação empresarial e planos de comunicação. São Paulo: Atlas, 2007.
TERRAMAR. Três passos até a sustentabilidade da lagosta e histórico da pesca artesanal e da lagosta no Brasil. Disponível em: www.terramar.org.br/oktiva.net/anexo/3297 1, 2007. Acesso em: 05/02/2008.
VIOLA, E.; LEIS, H. Desordem Global da Biosfera e Nova Ordem Internacional: O Papel Organizador do Ecologismo. In: LEIS, H. (org.). Ecologia e Política Mundial. 1 ed. Petrópolis: Vozes, 1991, p. 23-50.
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
- Los autores conservan los derechos de autor y otorgan a la revista el derecho a la primera publicación, con el trabajo licenciado simultáneamente bajo la Licencia Creative Commons (CC BY 4.0) que permite compartir el trabajo con reconocimiento de autoría y publicación inicial en esta revista.
- Se permite y se alienta a los autores a publicar y distribuir su trabajo en línea (por ejemplo, en repositorios institucionales o en su página personal) en cualquier momento antes o durante el proceso editorial, ya que esto puede generar cambios productivos, así como aumentar el impacto y cita del trabajo publicado.
- Los autores pueden hacer acuerdos contractuales independientes y adicionales para la distribución no exclusiva de la versión del artículo publicado en esta revista (por ejemplo, incluirlo en un repositorio institucional o publicarlo en un libro) siempre mostrando que el trabajo se publicó primero en Revista IDeAS.